quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Falta um zero no meu ordenado, de Ary Barroso

Trabalho como louco
Mas ganho muito pouco
Por isso eu vivo sempre atrapalhado
Fazendo faxina
Comendo no "China"
Ta faltando um zero no meu ordenado

Ta faltando um zero
No meu ordenado
Ta faltando sola no meu sapato
Somente o meu retratoDa rainha do meu samba
E que me consola
Nesta corda bamba

1º Encontro Mundial de Blogueiros

Por Altamiro Borges

As novas mídias, com seus sítios, blogs e redes sociais, adquirem um papel cada vez mais relevante no mundo contemporâneo. As informações circulam online, contribuindo para democratizar a comunicação – seja nas revoltas do mundo árabe, na “revolução dos indignados” da Espanha, nos vazamentos do Wikileaks ou nas eleições que agitam vários países. A produção cultural e o entretenimento ganham maior difusão na web. A internet passa a fazer parte do cotidiano de bilhões de pessoas.

Num curto espaço de tempo, esta nova ferramenta tecnológica mostra todo o seu potencial para o desenvolvimento – econômico, social e político. Ela coloca em xeque a chamada “velha mídia” – com a queda das tiragens dos jornais e a migração da audiência das TVs e rádios. O impacto já se dá inclusive no terreno da publicidade. Pesquisa divulgada em março mostra que nos EUA os anúncios na internet já superaram os investidos na mídia impressa.

Mais do que nunca é preciso valorizar as novas mídias. É urgente entender melhor este fenômeno e suas tendências; investir mais no seu florescimento e aperfeiçoamento. Há consenso de que elas contribuem para o avanço da democracia. Com este objetivo, a Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e o Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, com o apoio institucional da Itaipu Binacional, promovem o 1º Encontro Mundial de Blogueiros, com o tema “O papel das novas mídias na construção da democracia”, de 27 a 29 de outubro de 2011, em Foz do Iguaçu, Paraná (BR).

Programação:

27 de outubro – quinta-feira:

17 horas - Início do credenciamento;

19 horas – abertura oficial com a presença de autoridades e promotores do evento;

28 de outubro – sexta-feira:

9 horas – Debate: “O papel das novas mídias”

- Ignácio Ramonet - criador do Le Monde Diplomatique e autor do livro “A explosão do jornalismo”;

- Kristinn Hrafnsson – porta-voz do WikiLeaks [*];

- Dênis de Moraes - organizador do livro “Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede”;

* Mesa dirigida por Natalia Vianna (Agência Pública) e Tatiane Pires (blogueira do RS);

14 horas – Painel: “Experiências nos EUA e Europa”

- Amy Gooldman (EUA) – responsável pela rede Democracy Now;

- Pascual Serrano (Espanha) - blogueiro e fundador do sítio Rebelion;

- Richard Barbrooke – jornalista da Rússia [*];

* Mesa dirigida por Renata Mielli e Maria Inês Nassif.

16 horas – Painel: “Experiências na Ásia e África”.

- Ahmed Bahgat – blogueiro do Egito;

- Nadine Mo’wwad – blogueira do Líbano [*];

- Pepe Escobar – jornalista e colunista do sítio Ásia Times Online;

* Mesa dirigida por Sérgio Telles (blogueiro RJ) e Leandro Fortes (CartaCapital);

Dia 29 de outubro – sábado:

9 horas – Painel: “Experiências na América Latina”.

- Iroel Sanchez – blogueiro cubano da página La Pupila Insomne:

- Blanca Josales – secretária de redes sociais do governo do Peri;

- Martin Becerra – blogueiro da Argentina;

* Mesa dirigida por Sérgio Bertoni (blogueiro PR) e Cido Araújo (blogueiro SP);

14 horas – Painel: “As experiências no Brasil”

- Emir Sader – blogueiro e articulista do sítio Carta Maior;

- Luis Nassif – criador do blog do Nassif;

- Esmael Moraes – criador do blog do Esmael.

- Conceição Oliveira – criadora do blog Maria Frô e tuiteira.

* Mesa dirigida por Daniel Bezerra (blogueiro CE) e Altino Machado (blogueiro AC).

16 horas – Debate: A luta pela liberdade de expressão e pela democratização da comunicação.

– Paulo Bernardo – ministro das Comunicações do Brasil [*];

- Jesse Chacón - ex-ministro das Comunicações da Venezuela;

- Damian Loreti – integrante da comissão que elaborou a Ley de Medios na Argentina;

* Mesa dirigida por Joaquim Palhares e Altamiro Borges.

18 horas – Ato de encerramento.

- Aprovação da Carta de Foz do Iguaçu (propostas e organização).

[*] Os nomes com asterisco ainda não foram confirmados.

Público alvo

- Internautas dos EUA, Europa, Ásia e África – 20 participantes;

- Internautas da América Latina – 50 participantes;

- Ativistas digitais, jornalistas e estudantes brasileiros – 200 participantes;

Inscrições e estrutura do evento

As inscrições e acertos de viagem e hospedagem devem ser feitos no sítio do Encontro Mundial de Blogueiros. As vagas são limitadas e o prazo de inscrição se encerra em 20 de outubro.

O que será feito com as mansões dos bacanas que moram ilegalmente no Tarumã ?



A capa do A Critica de domingo deve ter instigado a policia, o judiciário e a elite baré. A manchete sobre a ocupação ilegal de terras em Área de Preservação Permanente (APP) no Taruma fez com que muitos questionassem qual será a atitude a ser tomada a partir de então, já que dessa vez os invasores não são os mesmos que foram expulsos a pouco tempo da região por levantar seus barracos, mas sim os bacanas que escolheram o local para construir suas mansões.

Em meados de junho, centenas de pessoas que alimentam o déficit habitacional do estado saíram do lugar que eles já tinham denominado “Comunidade Jose Alencar” num acordo após terem passado dias resistindo a ação policial. E agora, o que vai ser feito exatamente? As mansões estao há anos localizadas em área que se encontram na mesma condição jurídica!

Para além do posicionamento do Estado, questiona-se também a posição da própria imprensa. Lembro que durante a breve existência da comunidade que levou o nome do ex-vice-presidente houve um renomado jornalista que chegou a escrever severamente em seu blog que aquilo era coisa de bandido sim. E qual adjetivo pode ser empregado nessa “nova” situação? Há diferença inclusive sobre a cobertura dessa para aquela. Meses atrás uma serie de reportagens repercutiu os fatos até a saída dos sem tetos, enquanto nessa semana percebemos que a capa de domingo foi uma iniciativa isolada. Não sei se para contribuir com o esquecimento da massa...

Questionamentos a parte, fica claro que a acidez midiática e do aparato repressor do Estado se tornam mais ágeis quanto mais desassistidos são os ilegais.

A porrada do superávit primário

Por Altamiro Borges


O ministro Guido Mantega anunciou ontem um novo aumento do superávit primário – que é a reserva de caixa dos banqueiros. Os “analistas de mercado”, nome fictício dos agiotas do sistema financeiro, aplaudiram e querem mais. A mídia rentista também elogiou o aperto fiscal. Já a oposição demotucana fez dengo e criticou o “jogo de cena”, exigindo cortes mais drásticos nos gastos.

Na prática, o governo cedeu novamente à ditadura do capital financeiro. A desculpa usada foi a de que a crise mundial ameaça o país. “Estamos respondendo à situação internacional. Temos repetido há semanas que há uma deterioração do quadro... Estamos nos precavendo para impedir que o Brasil tenha o mesmo destino dos países avançados”, justificou o ministro da Fazenda.

Reserva de caixa dos banqueiros

A decisão de elevar a meta do superávit em cerca de R$ 10 milhões representa mais um duro golpe na economia. Significa que o governo “poupará” este montante, que poderia ser aplicado em melhorias nas áreas sociais e em investimentos estratégicos na infra-estrutura, para pagar mais juros aos banqueiros e rentistas que especulam com os títulos da dívida pública.

Ao entesourar essa grana, o superávit afeta a produção, o consumo, o emprego e, de quebra, a própria arrecadação do Estado. Ou seja: a tal “poupança” não serve para enfrentar a crise mundial. Ao contrário: agrava seus efeitos. O que se economiza numa ponta, perde na outra com a diminuição da arrecadação. E o pior é que o governo Dilma insiste nesse caminho de viés neoliberal.

“Submissão ao mercado financeiro”

No início do seu mandato, Dilma fixou a meta de superávit em R$ 81,8 bilhões. Agora, ela eleva para R$ 91 bilhões. Como afirma o economista Amir Khair, secretário de Finanças na gestão de Luiza Erundina (1989-1993), a decisão representa “a submissão total do governo ao mercado financeiro... Enquanto o ministro faz uma economia de R$ 10 bilhões, o Banco Central gasta R$ 220 bilhões em juros”.

Para ele, a política monetária de juros altos e a política de arrocho fiscal, com elevados superávits primários, são “suicidas” e vão causar retração na economia. Essa orientação é bem diferente da adotada por Lula diante da crise capitalista do final de 2008. Na ocasião, o governo reduziu o superávit primário, o que ajudou a aquecer o mercado interno e a evitar o tsunami no Brasil.

Dilma que se cuide!

Com a decisão de elevar o superávit, submetendo-se às ordens do “deus-mercado, o governo Dilma pode agravar ainda mais os efeitos do repique da crise capitalista mundial. As conseqüências podem ser trágicas. A oposição demotucana e a sua mídia, que já estão na ofensiva contra a corrupção, sairiam fortalecidas com a piora dos indicadores econômicos. A popularidade de Dilma que se cuide!

domingo, 21 de agosto de 2011

A corrupção da direita que a mídia não fala

A nova bateria de ataques sob a manta da ética e da moral que a grande mídia lança contra o governo federal tem assustado vários de seus apoiadores que ainda não compreenderam o sentido da luta de classes no Brasil e no mundo. Primeiro, a divulgação de esquemas no Ministério dos Transportes. Em seguida no do Turismo. Longe de concordar com fraudes ao erário publico, a tentativa aqui é lançar um olhar para além do que transmite a grande mídia.

Há algum tempo que o discurso da ética tem sido o instrumento único que a direita e os seus aliados midiáticos encontraram para combater o governo de Lula e agora o de Dilma. Constrangidos por não conseguirem dizer que são contrários a maioria dos programas responsáveis pela elevação da qualidade de vida de mais brasileiros, resta a eles limitarem-se a dizer que os governos de Lula e Dilma são os mais corruptos que já passaram pelo país. No conjunto das noticias veiculadas pelas grandes corporações de mídia, se sobressai esse discurso.

Ao focar quase que exclusivamente no Planalto e na Esplanada dos Ministérios toda a sua cobrança de respeito ao dinheiro público, os meios de comunicação sabem muito bem o que querem. Desejam fazer com que a ampla massa de brasileiros continuem desconhecendo as farras que PSDB e DEM realizam nos governos estaduais onde estão.

Os estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás são exemplos da anuência do jornalismo “investigativo” com os esquemas de corrupção da direita. Antes de eleger Tarso Genro, o primeiro foi governado pela tucana Yeda Crusius, que sofreu até pedido de cassação de seu mandato pela Assembleia Legislativa de lá. O segundo, tem como um de seus líderes políticos Leonel Pavan, também do PSDB, que foi pego em escuta telefônica negociando uns $$ ilegais. O terceiro tem como governador Marconi Perillo, que já foi arrolado em vários casos ilícitos, inclusive com Marcos Valério, o mesmo do mensalão que a direita diz combater.

Nos três casos, há um ponto comum: nenhum deles foi alvo da repercussão das emissoras nacionais de TV. O democrata Jose Roberto Arruda so não teve a mesma sorte porque atuava no Distrito Federal. Ocultar esse caso seria demais para a reputação já comprometida do Partido da Imprensa Golpista (PIG).

Logo, o que interessa para a mídia tradicional não é a corrupção em si, mas de onde ela vem.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Aqui não é Chile nem Inglaterra, Graças a Deus!



A onda de manifestações juvenis que ocorrem nos países citados no título dessa postagem retomam o clichê com que muitos classificam os jovens canarinhos. “Cadê que os jovens fazem isso no Brasil?”, perguntam alguns. “Aqui tá todo mundo parado!”, dizem outros. Além das duas sentenças estarem no mesmo foco da grande mídia – ou seja, distorcidas -, não temos motivos para invejar o que ocorre em ambos os países. Ao contrário!

Vejamos. A Inglaterra e todos os países centrais do capitalismo sofrem uma das piores crises da História. Nessas nações, a recessão é braba e quem tem pagado essa conta são jovens, mulheres e trabalhadores em geral. O aumento desenfreado do desemprego e o corte brusco de investimentos sociais aumentam a fome e a miséria nas paisagens urbanas que a indústria cultural e do turismo mais ajudou a deleitar. No país do famoso relógio Big Ben, por exemplo, há quem diga que os investimentos direcionados a juventude caiu em 75%.

O Chile, por sua vez, conhecido pelos esportes radicais praticados no inverno, encara um governo direitista depois de ter sido comandado durante 20 anos pela frente popular de centro-esquerda: a Concertación. Com ampla base popular, ela conseguiu avançar em vários aspectos durante suas gestões, em outros, porém, não teve forças suficientes para peitar as pressões do mercado e não conseguiu sanar as demandas sociais.

A resposta que o governo desses dois países dão ao povo piora ainda mais as coisas. No primeiro, jogaram um volume enorme de verbas públicas para salvar o sistema financeiro controlado pela iniciativa privada. Para atenuar o sacrifício das classes populares, montaram um entretenimento barato – quer dizer, caríssimo – no casamento do príncipe William e aglutinaram milhares de pessoas em praça pública para bater palmas ao casal e de quebra legitimar a continuidade da corte borsal e inútil ali instalada. No segundo, a mudança do grupo político não significou a construção de saídas para as demandas ainda existentes, e sim a aplicação do receituário neoliberal que mira o cifrão ao invés de pessoas.

Entende-se, com isso, a série de mobilizações realizadas por eles,que pelos motivos mencionados é melhor classificarmos como revoltas.

Mas no Brasil, convenhamos, o cenário é distinto. A saída encontrada pelo então presidente Lula na crise não foi engordar o cofre dos bancos, mas estufar o bolso das pessoas com o aumento periódico do salário mínimo e, consequentemente, movimentar o setor produtivo. No momento que tivemos para definir se queríamos o término ou a continuidade desse modelo, não titubeamos. Elegemos a primeira mulher presidente da República e a comprometemos com a profundidade dos avanços iniciados nos dois governos anteriores.

O saldo sócio-econômico do Brasil é reconhecido até pela Rede Globo e os demais grupos do Partido da Imprensa Golpista (PIG), que passaram esses anos largando chumbo nas medidas que propiciaram esse cenário. Na manhã desta terça (8), por exemplo, o jornal matutino dos Marinhos ressaltava as características da nova classe média: composta majoritariamente por jovens com salários entre 1,5 a 4 mil reais, sendo que muitos conseguiram comprar o primeiro carro e realizar suas primeiras viagens de aviões. Dê uma passadinha no aeroporto Eduardo Gomes de madrugada que é possível identificar isso. Meu irmão, inclusive, chegará no sudeste do país pela primeira vez. Vai assistir o UFC no Rio de Janeiro ao preço de R$ 1.000, só o ingresso!

Longe de dizer que está tudo resolvido. O maior fórum de discussão política da América Latina, o Congresso da UNE, aprovou a realização de jornada de lutas nacional no segundo semestre para reivindicar mais investimentos na educação. 10 mil estudantes universitários de todos estados disseram que vão lutar por investimentos equivalentes a 10% do PIB para o setor e pela derrubada do veto presidencial sobre os 50% do fundo social do pré-sal destinado ao mesmo fim, aprovado no Congresso Nacional depois dos estudantes irem para as ruas em todas as capitais. Esse ano, pelo menos 15 estados realizaram, simultaneamente, a “Marcha da Liberdade”; dezenas de cidades viram seus estudantes em manifestações por passe livre, meia passagem e no combate ao aumento da tarifa no transporte coletivo. Em alguns locais, houve mobilizações intensas pela garantia da inserção de mais jovens pobres nas universidades públicas. E assim por diante.

De fato, não somos os jovens chilenos e nem os ingleses. Estamos num contexto melhor, mas escolhemos, que nem eles, a luta popular como forma de expressão. A diferença é que aqui isso se dá por mais, melhores e novos avanços!

domingo, 7 de agosto de 2011

Globo se rende às pressões dos blogueiros

Texto publicado no blog de Chico Bicudo, originalmente com o título “E a Globo, quem diria, rendeu-se à blogosfera.

Quem diria... a vênus platinada acusou o golpe, teve de render-se aos ventos dos novos tempos e apressou-se em dar resposta a um texto que nasceu, cresceu, multiplicou-se e ganhou corpo e repercussão... na blogosfera! Claro, sem ufanismos, alcances e audiências continuam a ser gritantemente distintos, sem termos de comparação, com vantagem ainda enorme para a TV Globo. Mas foi-se o tempo do monopólio da verdade - e a gigante ardilosa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro já não pode mais simplesmente ignorar o que se passa no andar de baixo, nesse mundinho virtual.

Para resgatar a linha do tempo: na sexta-feira, 05 de agosto, no blog "O Escrevinhador", o jornalista Rodrigo Vianna, que conhece as entranhas do dito jornalismo global, publicou um texto que citava uma fonte anônima da Globo que dizia ser cada vez mais insuportável trabalhar na emissora, por conta dos desmandos e das pressões, e revelava ainda que a ordem era bater firme no novo ministro da Defesa, Celso Amorim, que a vênus não suporta, para criar clima de instabilidade nas esferas militares.

Alertava Vianna: "o jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha. Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção".

Pois eis que, coincidência, 24 horas depois da circulação do texto (que se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais), a Globo veio a público, na edição do Jornal Nacional deste sábado, 06 de agosto, para cantar em verso e prosa um documento que estabelece "os princípios editoriais que norteiam o trabalho das redações das Organizações Globo". A tal carta de intenções fala em "independência, isenção, correção, lealdade com a notícia e não sensacionalismo, garantia de contraponto" e reafirma que "para a Globo, não há assunto tabu"; faz questão também de reforçar o "espírito pluralista e apartidário".

Logo na Introdução do documento, texto assinado pela santíssima trindade Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho diz que "com a consolidação da Era Digital, em que o indivíduo isolado tem facilmente acesso a uma audiência potencialmente ampla para divulgar o que quer que seja, nota-se certa confusão entre o que é ou não jornalismo, quem é ou não jornalista, como se deve ou não proceder quando se tem em mente produzir informação de qualidade". O apelo parece claro, não? Só faltou dar nome aos bois e implorar "por favor, não acreditem no que andam por aí escrevendo o senhor Rodrigo Vianna e seus asseclas". Como escreveu o cineasta, jornalista e blogueiro Mauricio Caleiro no twitter, "declaração de princípios da Globo é vitória incontestável da blogosfera. Está na cara que é reação ao post do Rodrigo Vianna".

Aliás, agora que a Globo resolveu mesmo fazer jornalismo, poderia estabelecer um mea culpa público a respeito do apoio irrestrito dado à ditadura militar e repudiar as versões históricas levianas que ajudou a construir e consolidar, usando seus pressupostos críticos e cidadãos para destacar a importância da Comissão da Verdade, certo? E, já que não existem mais assuntos tabus, poderia veicular algumas reportagens a respeito das negociações que resultaram nas assinaturas de contratos com os clubes brasileiros para garantir transmissões do Campeonato Brasileiro, não é mesmo? E que tal produzir uma série especial dedicada exclusivamente a debater as falcatruas na CBF e na FIFA? Ajudaria a começar essa "nova era".

Tudo discurso vazio, jogo de cena. Sim, porque a mesma edição do JN silenciou sobre pesquisa feita pelo Instituto Datafolha e divulgada neste sábado que mostra que a aprovação do governo da presidenta Dilma Rousseff continua elevadíssima (48% de ótimo e bom, 39% de regular e apenas 11% de ruim ou péssimo), mesmo depois das turbulências e recentes denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes. É, talvez tenha sido apenas um lapso... a Globo faz jornalismo "apartidário"...

Para além dos desvios jornalísticos globais, a mensagem que o episódio deixa é que a Globo não nada mais de braçada, não fala mais sozinha, não tem mais o poder que ousou acumular em décadas passadas. Entre 2000 e 2010, a audiência média do Jornal Nacional caiu mais de dez pontos percentuais (de 39,2% para 28,9%). Penso que um momento marcante recente e emblemático desse processo de decadência foi o episódio do "atentado com bolinha de papel" cometido contra José Serra na campanha presidencial do ano passado. A farsa tucana já tinha sido desmontada e desmentida na blogosfera. Mas, para tentar mantê-la, o Jornal Nacional usou cerca de nove minutos de uma de suas edições, recorrendo a depoimentos de "legistas especialistas".

Ora, se a web fosse mesmo tão irrelevante, pouco importante, sem capacidade de irradiação e repercussão, sem impacto e condições de dialogar com a opinião pública de forma ampla, por que raios o telejornal de maior audiência da principal emissora do país precisaria ter usado quase dez minutos para contestar o que nas esferas virtuais se dizia? Por que gastar um tempo tão precioso e prestar atenção ao que inofensivos tuiteiros e blogueiros escreviam? Sinal evidente, me parece, de que havia algo de podre no reino do (superado) monopólio da verdade.

Para Antonio Lassance, cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a "velha mídia está derretendo". Exagero? Talvez. É certamente um processo complexo, longo, marcado por conflitos, idas e vindas, avanços e recuos. A Globo continua a ser extremamente poderosa, uma gigante da comunicação. Não vai deixar de sê-lo da noite para o dia, num passe de mágica. Por outro lado, parece evidente que já não é mais proprietária do samba de uma nota só. Há fraturas, diálogos e dissonâncias, contestações, resistências, outras versões - que em boa medida encontram-se na web (embora não residam apenas nela).

Sim, a blogosfera conversa o tempo inteiro com os descaminhos vividos pelo ser humano, de forma mais geral, e com os desvios de rota do jornalismo, mais especificamente. Não é o paraíso dos puros - nem o inferno dos demônios. Não estará equivocado assim quem disser que a internet abriga aventureiros, oportunistas, pilantras, gente que faz pseudo-jornalismo, e até mesmo criminosos. Mas acertará na mosca quem bancar que é possível encontrar na web matérias sérias e responsáveis, textos jornalísticos que levam à reflexão e que cumprem o papel de estabelecer contraponto e de prestar serviço público.

Na miscelânea chamada blogosfera, espaço democrático de contradições, há afinal bom exercício de jornalismo analítico sendo feito - que em alguns momentos, cada vez mais frequentes, consegue inclusive inverter a mão de direção. E pautar a agenda da velha mídia. Consegue incomodar a vênus platinada. Nessas horas, que falta faz o engenheiro Leonel Brizola...

Fé e política: o ateísmo produzido por pastores evangélicos



Durante esses anos que contribuo para o caderno estadual do Portal Vermelho, tive a oportunidade de vivenciar momentos singulares. Num deles, em meados de 2009, fui ao encontro de dois deputados da Assembleia Nacional da Venezuela na sala vip do aeroporto Eduardo Gomes. O objetivo inicial era cobrir a recepção de dirigentes do PCdoB aos visitantes que faziam escala em Manaus rumo a Caracas, mas acabei indo além disso e engatei uma longa entrevista que só terminou quando o embaixador venezuelano pediu para ter um tempo a sós com seus compatriotas até que pegassem o vôo.

Os parlamentares encerravam naqueles dias uma longa excursão pela América Latina, onde visitaram o equivalente ao Congresso Nacional de vários países dessa região para denunciar a presença de militares norte-americanos por aqui e os objetivos imperialistas (ou neocolonialistas) por trás disso. Comecei a conversa por aí, mas curioso por entender o processo político venezuelano e as semelhanças e diferenças com o brasileiro, tratei de tudo. Lá para tantas, vejo Carlos Escarrá Malavé, com quem mais falei, dizer que achava um absurdo ver alguns de seus correligionários nas igrejas orando “junto com os outros”.

A revolta do gorducho deputado venezuelano e os “outros” citados por ele justifica-se de algumas maneiras. Naquele país, a consciência política da sociedade e a sensação de pertencimento às distintas classes sociais elevaram-se desde quando Chavez afirmou que levaria a nação ao socialismo. A partir disso, segmentos organizados desnudaram-se e passaram a dizer abertamente de que lado estavam. As igrejas evangélicas, desde então, acrescentaram um novo ingrediente nas suas pregações: combater Hugo Chaves com o rótulo de ameaça ao cristianismo e ignorar a forte agenda de inclusão social e barateamento de alimentos implementada por ele.

“Que absurdo, não poder ser verdade” é o que logo pensam alguns. Mas para quem viveu as eleições 2010 no Brasil sabe muito bem como isso se dá. Afinal, na última eleição, essas contradições estiveram mais latentes por aqui. A direita, com medo de ficar fora do governo federal por um novo longo período, aglutinou o máximo que pôde para se fortalecer e vencer a disputa eleitoral. E do lado deles estavam pastores e líderes evangélicos, com excessão da Universal de Edir Macedo. Silas Malafaia talvez tenha sido o mais comentado nessa situação. Lembro também de um amigo da Presbiteriana citar a verborreia de seu pastor contra Lula e Dilma.

Com isso, pode-se concluir o seguinte: talvez, os responsáveis pela incredulidade de muitos militantes de esquerda são alguns “homens de Deus”, que distinguem classes de pecadores conforme suas afinidades políticas. E não sei se é papel das igrejas, além de evangelizar, fortalecer a esquerda ou a direita.

Nos três anos que busco comunhão com Deus, ainda tenho dúvidas se há fundamentos para isso. E mesmo sendo evangélico e militante político, não gostaria de ver pastores fazendo campanha aos candidatos que defendo. Porque a única diferença seria massificar nos simpáticos ao liberalismo o que está encrustrado na mente de Malavé: acreditar que Deus não é para eles e sim para os "outros".

sábado, 6 de agosto de 2011

A Globo vai partir pra cima de Amorim: isso prova que Dilma escolheu bem!

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador


Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.

O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.

Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção.

Foi assim em 2005, quando Kamel queria provar que o “Mensalão” era “o maior escândalo da história republicana”. Quem, a exemplo do então comentarista Franklin Martins, dizia que o “mensalão” era algo a ser provado foi riscado do mapa. Franklin acabou demitido no início de 2006, pouco antes de a campanha eleitoral começar.

No episódio dos “aloprados” e do delegado Bruno, em 2006, foi a mesma coisa. Quem, a exemplo desse escrevinhador e de outros colegas na redação da Globo em São Paulo, ousou questionar (“ok, vamos cobrir a história dos aloprados, mas seria interessante mostrar ao público o outro lado – afinal, o que havia contra Serra no tal dossiê que os aloprados queriam comprar dos Vedoin?”) foi colocado na geladeira. Pior que isso: Ali Kamel e os amigos dele queriam que os jornalistas aderissem a um abaixo-assinado escrito pela direção da emissora, para “defender” a cobertura eleitoral feita pela Globo. Esse escrevinhador, Azenha e o editor Marco Aurélio (que hoje mantem o blog “Doladodelá”) recusamo-nos a assinar. O resultado: demissão.

Agora, passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.

Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”

A questão é: esses ataques vão dar certo? Creio que não. Dilma saiu-se muito bem nas trocas de ministros. A velha mídia está desesperada porque Dilma agora parece encaminhar seu governo para uma agenda mais próxima do lulismo (por mais que, pra isso, tenha tido que se livrar de nomes que Lula deixou pra ela – contradições da vida real).

Nada disso surpreende, na verdade.

O que surprendeu foi ver Dilma na tentativa de se aproximar dessa gente no primeiro semestre. Alguém vendeu à presidenta a idéia de que “era chegada a hora da distensão”. Faltou combinar com os russos.

A realidade, essa danada, com suas contradições, encarregou-se de livrar Dilma de Palocci, Jobim e de certa turma do PR. Acho que aos poucos a realidade também vai indicar à presidenta quem são os verdadeiros aliados. Os “pragmáticos” da esquerda enxergam nas demissões de ministros um “risco” para o governo. Risco de turbulência, risco de Dilma sofrer ataques cada vez mais violentos sem contar agora com as “pontes” (Palocci e Jobim eram parte dessas pontes) com a velha mídia (que comanda a oposição).

Vejo de outra forma. Turbulência e ataques não são risco. São parte da política.

Ao livrar-se de Jobim (que vai mudar para São Paulo, e deve ter o papel de alinhar parcela do PMDB com o demo-tucanismo) e nomear Celso Amorim, Dilma fez uma escolha. Será atacada por isso. Atacada por quem? Pela direita, que detesta Amorim.

Amorim foi a prova – bem-sucedida – de que a política subserviente de FHC estava errada. O Brasil, com Amorim, abandonou a ALCA, alinhou-se com o sul, e só cresceu no Mundo por causa disso.

Amorim é detestado pelos méritos dele. Ou seja: apanhar porque nomeou Amorim é ótimo!
Como disse um leitor no twitter: “Demóstenes, Álvaro Dias e Reinaldo Azevedo atacam o Celso Amorim; isso prova que Dilma acertou na escolha”.

Não se governa sem turbulência. Amorim é um diplomata. Dizer que ele não pode comandar a Defesa porque “diplomatas não sabem fazer a guerra” (como li num jornal hoje) é patético.

O Brasil precisa pensar sua estratégia de Defesa de forma cada vez mais independente. É isso que assusta a velha mídia – acostumada a ver o Brasil como sócio menor e bem-comportado dos EUA. Amorim não é nenhum incediário de esquerda. Mas é um nacionalista. É um homem que fala muitas línguas, conhece o mundo todo. Mas segue a ser profundamente brasileiro. E a gostar do Brasil.

O mundo será, nos próximos anos, cada vez mais turbulento. EUA caminham para crise profunda na economia. Europa também caminha para o colpaso. Para salvar suas economias, precisam inundar nosso crescente mercado consumidor com os produtos que não conseguem vender nos países deles. O Brasil precisa se defender disso. A defesa começa por medidas cambiais, por política industrial que proteja nosso mercado. Dilma já deu os primeiros passos nessa direção.

Mas o Brasil – com seus aliados do Cone Sul, Argentna à frente - não será respeitado só porque tem mercado consumidor forte, diversidade cultural e instituições democráticas. Precisamos, sim, reequipar nossas forças armadas. Precisamos fabricar aviões, armas. Precisamos terminar o projeto do submarino com propulsão nuclear.

Não se trata de “bravata” militarista. Trata-se do mundo real. A maioria absoluta dos militares brasileiros – que gostam do nosso país – não vai dar ouvidos para Elianes e Alis; vai dar apoio a Celso Amorim na Defesa, assim que perceber que ele é um nacionalista moderado, que pode ajudar a transformar o Brasil em gente grande, também na área de Defesa.

O resto é choro de anões que povoam o parlamento e as redações da velha mídia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quem homenageia Arthur Virgílio Neto



Semana passada, o candidato derrotado na disputa ao Senado, Arthur Virgilio Neto, foi homenageado na Câmara Municipal de Manaus. Mais do que uma simlpes homenagem, a tentativa ali foi de atribuir sentido ao movimento feito pelas viúvas do ex-senador desde que ele perdeu a eleição passada : ressaltar a falta que ele faz no Congresso Nacional. Mas para quem mesmo ele faz falta?

Arthur faz falta a pessoas como o proponente da homenagem, o vereador Paulo D’ Carli. Playboy de familia chefiada por um coronel de barranco, o vereador estudou nos EUA custeado pelos impostos pagos pela população do nosso estado, devidamente recolhidos por Carlos, seu pai, que hoje é quem mora fora do país e com certeza anda “muito” preocupado com a situação de quem ainda o alimenta.

Os D’ Carli são os mesmos que arrecadam milhares e milhares de R$ do porto de Manaus, arrendado a eles com a ajuda do Conselho Nacional de Desestatização, no governo FHC, no qual o ex-senador amazonense foi até ministro e líder na Câmara dos Deputados.

Homenageiam Arthur, outros que olham para a ascensão dos milhares de homens e mulheres trabalhadores e dizem o mesmo que ele afirmou sobre Vanessa Grazziotin, um dia após ter perdido a eleição: “Não tem um pau para dar em gato”. Esse é o tipo que rende homanegem a ele: os que se incomodam em entrar num avião e sentar do lado de quem os atendem nas lojas onde gastam parte de suas fortunas. Os que não admitem ver o povo ocupando mais espaços, inclusive os do poder.

Por fim, concordam com as homenagens a Arthur os que se informam pela metade na grande mídia, local e nacional. Os que se empolgam com seus discursos inflamados, mas desconhecem que ele é o mesmo quem dizia que Serra não prejudicaria a Zona Franca, sendo que juntos aprovaram a Lei de Informática que hoje atrapalha a produção dos Tablet’s no nosso pólo insdustrial. E que nunca impediram Otávio Leite, deputado federal do mesmo PSDB, de continuar sua cruzada pela retirada das fábricas de CD’s e DVD’s daqui.

Aqueles que se empolgam ao lembrar do tucano que bradava pela ética na discussão dos “servidores fantasmas” e mantinha, durante muitos anos na folha de pagamento de seu gabinete, um rapaz que estudava na Espanha e talvez nunca tivesse caminhado pelos corredores do Senado. São esses...

Depois de 7 meses de gestão, começa o governo Dilma



A demissão do então ministro da Defesa, Nelson Jobim, marca o inicío de um governo cuja gestão iniciou em Janeiro. Parece até contraditório, mas o fato é que o governo Dilma começa a ganhar “cara própria” somente nesse mês de agosto, depois de algumas sangrias no coração de seu comando e da queda de aliados que contribuíam para a governabilidade, mas nem tanto para o sucesso do governo.

As saídas de Palocci, Alfredo Nascimento e agora Jobim são algumas das melhores coisas que poderiam ocorrer durante o mandato de Dilma. Com elas, declinaram, respectivamente, o lado conservador e anti-popular do comando atual, o tipo “aliado bicho-feio”, ávido por uns $$ a mais e contribuindo apenas para a governabilidade, e a face mais obscura da base governista, aquela que já não aguentava mais esconder suas afinidades por conta das benesses do poder.

Parece que as circunstâncias criaram um ambiente propício para esse governo ter sua feição própria. Mas, isso não é tudo. É preciso que a digital específica do governo Dilma seja a do fortalecimento das políticas sociais, do desenvolvimento soberano e com distribuição de renda, da aplicação de uma agenda mais forte no tocante à elevação da qualidade de vida das classes populares, não apenas mantendo o ritmo do período Lula, mas aprofundando-o, receita bastante vendida durante a campanha eleitoral.

Avante porque ainda há muito por fazer. Erradicar o analfabetismo, elevar os investimentos na educação e ciência & tecnologia e exterminar a pobreza e a miséria são os tipos de câncer social que precisam encontrar cura para não acometer novas vítimas no nosso país!