segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Quem fala grosso é a China

Outro dia assisti “Karate Kid”, cuja nova versão foi exibida nos cinemas em 2010. A fim de relembrar episódios da infância, quando imitava os golpes após assisti o filme, acabei me surpreendendo com a mensagem geopolítica transmitida nos primeiros dez minutos do filme.

A nova versão indica o caminho que será traçado por muitos nesse século: O ocidente desvendando o oriente por meio da porta chamada China. Sob a curiosidade infantil do protagonista que, junto de sua mãe, sai dos EUA para o país de Mao Tse Tung, os espectadores são levados a abandonar os estereótipos. Passam a conhecer a China de arquitetura arrojada, de economia crescente e com ótimas oportunidades de empregos e que foca no homem a lógica de seu desenvolvimento.

Ao contrário da primeira versão do filme, quando o “Senhor Miague” ensina a arte marcial para um americano no Tio Sam, no século XXI o Karate Kid se vê numa praça em Pequim em que crianças tocam violino e ouvem Bach no Ipod, idosos praticam esportes com desenvoltura e o menino norte-americano apanha de um garoto chinês. Mensagem mais clara impossível: agora quem fala grosso é a China e eles crescem desenvolvendo a economia e o ser humano.

Essa é a forma mais suave de expressar o que disse a conservadora revista Veja na edição especial sobre vitória de Dilma Roussef, em outubro: a China cresce a uma média anual de 9,6% ao passo que os EUA 2,3% e em 2014 deve liderar, juntamente com o Brasil e outros países emergentes, o PIB mundial.

Diferente do que eu pensava, frustrado por não repetir os golpes com a mesma precisão que assistia, o script do filme deve ganhar contornos ainda mais reais em poucos anos.